A Atitude e a Motivação do Bem Conduzir

Nesta obra, a competência será definida como um conjunto de percepções, juízos e avaliações, de todos e de cada um de nós, acerca das capacidades intelectuais, aceitando-se a sua influência determinante nos variados contextos de existência, particularmente nos de realização. Assim, um sentimento de competência positivo e optimista poderá ser promotor do bem-estar psicológico global e potenciador de realizações humanas, através de processos vantajosos e positivos como a capacidade de auto-desafio, o empenho, a persistência, o envolvimento motivacional e a orientação para a tarefa e para a mestria. A sinistralidade rodoviária tem sido, sobretudo nos últimos anos, uma das principais preocupações dos sucessivos governos e também da sociedade em geral, pelas nefastas consequências que a mesma acarreta quer para as famílias que são directamente afectadas, quer para a economia e para a saúde pública do país, que têm de suportar todos os encargos adicionais que lhe estão associados. Ao contrário de outros países, em Portugal não se conhecem muitos trabalhos de natureza científica que abordem a temática das atitudes e das motivações que condicionam o comportamento dos condutores quando interagem em ambiente rodoviário. Neste sentido, este trabalho pretende ajudar a colmatar essa lacuna, dando-nos a conhecer algumas das principais características psicológicas e sociodemográficas de um grupo de condutores profissionais e não profissionais que foram objecto de um aprofundado estudo comparativo. Os resultados obtidos realçam muito pouco o factor profissionalização do condutor, o que nos alerta para a necessidade de repensar as políticas de formação e sensibilização dos condutores em geral, levando-nos a ter em atenção, para além dos factores sociodemográficos, alguns aspectos de natureza atitudinal e comportamental, que levem os condutores a agir de forma mais responsável e por via disso, a criar um ambiente rodoviário menos tenso e mais seguro.